Tipos de Stent Cardíaco

Entenda as diferenças entre stent convencional e stent farmacológico: como funcionam, vantagens, desvantagens e qual é o melhor para cada caso.

Existem dois tipos principais de stent cardíaco

Quando você precisa colocar um stent, o médico escolhe entre dois tipos principais:

  1. Stent Convencional (também chamado de stent de metal puro ou stent não revestido)
  2. Stent Farmacológico (também chamado de stent com medicamento ou stent revestido)

Ambos fazem o mesmo trabalho básico: manter a artéria aberta.

A diferença: O stent farmacológico tem uma camada de medicamento que reduz drasticamente o risco de complicações.

Stent Convencional (Metal Puro)

O que é?

Stent convencional é um tubo de metal (geralmente aço inoxidável, cromo-cobalto ou platina) sem nenhum revestimento.

É literalmente uma "mola" metálica que fica dentro da artéria.

O problema: Reestenose

O principal problema do stent convencional é a reestenose (re-estreitamento).

O que acontece:

Estatísticas: Reestenose acontece em 10-20% dos casos com stent convencional, geralmente nos primeiros 6-12 meses.

Vantagens do Stent Convencional

  • ✅ Custo menor (mais barato que farmacológico)
  • ✅ Cicatrização mais rápida (4-6 semanas)
  • ✅ Menos tempo de anticoagulante (geralmente 1-3 meses)
  • ✅ Funciona bem em casos selecionados

Desvantagens do Stent Convencional

  • ❌ Risco alto de reestenose (10-20%)
  • ❌ Pode precisar de novo procedimento
  • ❌ Menos eficaz em diabéticos
  • ❌ Menos eficaz em artérias pequenas

Stent Farmacológico (Com Medicamento)

O que é?

Stent farmacológico é um stent de metal revestido com uma camada fina de medicamento que é liberado gradualmente ao longo de semanas/meses.

Parece um stent convencional, mas tem um "revestimento invisível" de remédio.

Como funciona?

  1. Médico coloca o stent na artéria
  2. Stent se expande (igual ao convencional)
  3. Medicamento começa a ser liberado aos poucos
  4. Medicamento impede crescimento excessivo de células
  5. Corpo cria tecido mínimo ao redor do stent
  6. Risco de reestenose cai drasticamente

Que medicamento tem no stent?

Os mais comuns:

Vantagens do Stent Farmacológico

  • ✅ Risco de reestenose drasticamente menor (3-5% vs 10-20%)
  • ✅ Menos chance de precisar novo procedimento
  • ✅ Mais eficaz em diabéticos
  • ✅ Funciona melhor em artérias pequenas
  • ✅ Funciona melhor em lesões longas ou complexas
  • ✅ Padrão-ouro atualmente

Desvantagens do Stent Farmacológico

  • ❌ Custo maior (mais caro que convencional)
  • ❌ Cicatrização mais lenta
  • ❌ Requer anticoagulantes por mais tempo (mínimo 1 ano)
  • ❌ Risco ligeiramente maior de trombose tardia (se parar anticoagulantes precocemente)

Comparação Direta

Característica Convencional Farmacológico
Revestimento Não Sim (medicamento)
Reestenose 10-20% 3-5%
Anticoagulante 1-3 meses 1 ano (mínimo)
Cicatrização 4-6 semanas 6-12 semanas
Eficácia diabéticos Menor Maior
Uso atual Específico Padrão-ouro

Qual é melhor?

Na maioria absoluta dos casos: Stent Farmacológico.

Stent farmacológico é superior em praticamente todos os cenários.

Por quê a evidência é tão forte:

Estudos clínicos massivos com dezenas de milhares de pacientes mostraram:

  • Reestenose muito menor
  • Menos necessidade de novo procedimento
  • Segurança similar (quando anticoagulantes usados corretamente)
  • Benefício em todas as subpopulações

Por isso, todos os guidelines internacionais (ACC/AHA, ESC) recomendam stent farmacológico como primeira escolha.

Quem decide qual tipo usar?

Seu médico decide, baseado em vários fatores:

Fatores considerados:

Características do paciente:

Características da lesão:

Stent Farmacológico: Cuidados Especiais

Se você tem stent farmacológico (que provavelmente é o caso), atenção especial a:

1. Anticoagulantes

Tome religiosamente!

Por quanto tempo: Mínimo absoluto 6 meses, recomendado 1 ano, muitos casos para sempre.

2. Procedimentos Médicos/Dentários

⚠️ ANTES de qualquer procedimento invasivo:

Resumo: O que você precisa saber

O que é Stent? → Cuidados Após Stent →

⚠️ Aviso: Este conteúdo é informativo e não substitui consulta médica. Sempre siga as orientações do seu cardiologista.